segunda-feira, 25 de junho de 2012

ESCLARECIMENTOS E PEDIDO DE DESCULPAS AO POVO DE CAICÓ


Na última edição da revista RV Versailles, da qual sou colunista há um ano, escrevi um texto intitulado “Chiques & Chatas”, inspirado numa história ouvida numa mesa de restaurante. No referido texto, elaborado com o único propósito de divertir e despertar nas pessoas o que os franceses chamam de “savoir-fair”, uma frase chamou a atenção de alguns leitores da cidade de Caicó. Era a seguinte: “Uma coisa chique: falar baixo, em qualquer ocasião, porque você não é de Caicó”.

Infelizmente, alguns leitores interpretaram o texto com o sentido que ele nunca teve ao ser elaborado: o de chiste para com aquela cidade e aquele povo tão queridos por mim pelos motivos que explicito mais adiante. O que a frase gongórica quer dizer – e muitos leitores, inclusive de Caicó, perceberam e riram com isso – é exatamente o contrário: por ser de Caicó, a pessoa pode falar alto sem parecer deselegante. Tem essa liberdade, eu incluso. Falar alto é um traço cultural do povo não só de lá e, em momento algum, isso pode ser visto como demérito.  A quem leu e deu outra interpretação, sinto-me na obrigação de pedir sinceras desculpas e pedir, também, que dê uma segunda chance ao texto.

Para quem não me conhece, sou um seridoense da cidade de Currais Novos e, desde pequeno, frequento a cidade de Caicó, onde moram todos os meus parentes. Entre eles e entre diversoa amigos, aliás, a passagem do texto repercutiu com o intuito original que teve: provocar muitas risadas, despertar a capacidade de se autoespelhar e praticar até o velho sentimento sadio presente em todos os povos, de todos os lugares do mundo: fazer piada de si próprio – e de cidades vizinhas.

No dia do lançamento da revista RV Versailles, que aliás trata seus colunistas com extremo respeito e democracia de opiniões, recebi dezenas de parabéns de caicoenses que entenderam o sentido leve e o propósito de fazer rir do texto.  

Gostaria de lembrar que, recentemente, em duas outras publicações potiguares importantes, a revista Preá e a revista Living For, há dois textos meus – escritos muitos meses antes deste – extremamente elogiosos à cidade, seu povo e suas tradições, que conheço de perto por laços familiares e sei verdadeiramente dos seus valores. O primeiro chama-se “O que nos restou de civilização”, sobre os valores morais e culturais do Seridó;  e o segundo, “Tradição e Fé”,  sobre o brilho e esplendor da Festa de Santana, comemorada agora em julho. Aconselho a leitura destes dois textos.

Sempre que posso, faço meu trabalho baseado num propósito:  divulgar os valores da nossa terra, do nosso povo, do nosso RN. Seja ele o fato da nossa comida, artesanato e religiosidade serem únicos ou, sim, falarmos alto. Quem me conhece sabe que isso é verdadeiro.

Quem me conhece também sabe que no âmbito nacional e até internacional procuro, por meio da minha profissão de jornalista, enaltecer os valores do povo do Seridó – no qual me incluo – por onde ando, trabalho e escrevo.

De novo, peço desculpas se em algum momento ofendi, na referida coluna da revista RV Versailles, alguns leitores de Caicó.
Atenciosamente,
Paulo Araújo
Jornalista


3 comentários:

Daladier disse...

Apoiado!

Unknown disse...

Opa!! Se é assim está ótimo..

Avisarei aos meus amigos então que estou autorizada a falar alto, já que sou de Caicó kkkkk.

Em todo caso, parabéns pela iniciativa de mostrar a real intenção do texto.

Ildete

Francisca Santana disse...

..."por ser de Caicó, a pessoa pode falar alto sem parecer deselegante."
Francamente, a justificativa ficou pior doque o dito antes:“Uma coisa chique: falar baixo, em qualquer ocasião, porque você não é de Caicó”.
É, muitas vezes um pedido de desculpa fica mais difícil ainda,quando o que falamos é realmente o que pensamos, daí temos que inventar uma desculpa esfarrapada.Mas...